sexta-feira, 25 de maio de 2007

tremula e barra mundo na bighits 15/06 inferno club


Convenhamos, banda é o que não falta. Há hordas delas. Afinal, a receita é simples: um, dois, três, quatro amigos; um, dois, três, quatro instrumentos; um, dois, três, quatro acordes; um, dois, três meses de ensaio; uma, duas, três, quatro influências e outras tantas “mensagens” e... 1,2,3,4... Mais um grupo de garotos tentando o vida mansa clichê que o estrelato promete. É tão fácil fazer uma banda. Mas...como é que se faz rock mesmo? Aí é que complica.
Porque amigos, instrumentos, acordes e ensaio não resolve. Rock’n’Roll vem de outro lugar. Há quem diga que vem da alma, ou do coração, ou do estômago, ou dos nervos. Mas vísceras não basta. Porque rock’n’roll também sai da estrada, de noites varadas em bares fuleiros, de sufoco, de passagens de som intermináveis, de passagens de som inexistentes, de vexames e de aplausos, de fé e de arrogância. E isso também não resolve. Rock’n’roll também vêm de farra e de trabalho sério, de paciência e de muita urgência para descarregar a alma, o coração, o estômago e os nervos. E nada, nada disso vira Rock’n’Roll sem o principal (?): estilo.
Agora... como é que nós, meras orelhas,podemos reconhecer esse improvável coquetel quando escutamos uma das infinitas bandas que dão em nossas vidas? Como dá pra saber que aqueles dois, três, quatro ou cinco amigos de óculos escuros, calças apertadas e cabelos caprichados são gente honesta? Sem têm vísceras, currículo, fé, pressa e estilo? Como saber se aquilo ali é MESMO rock’n’roll? Aí a receita é simples: fecha o olho um segundo e presta atenção se tem alguma coisa... tremendo. Não é o volume alto, não é o chão nem a bebida em sua mão. É algo entre sua carne e sua alma que chacoalha. É assim, no fim das contas, que se faz rock: deixando a platéia, em casa ou na frente do palco, trêmula.
Agora...1,2,3 e já...Aperta o play.
Por Bruno Torturra Nogueira

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